Pinturas Cerâmicas
a cor derretida e aquarelada em altas temperaturas, a 1150°
a pintura cerâmica somente se revela após a queima. Não somente o brilho, mas a própria coloração, sua intensidade, nuances, diluições e ebulições. A camada espessa ferve, borbulha. A fina se aquarela e é tragada pela cor de base, aplicada sobre os azulejos. Variações de 20°C propiciam intensas alterações e dinâmicas entre os elementos pictóricos. Na pesquisa, o pintor cerâmico conhece o funcionamento de cada esmalte e aplica o líquido branco opaco sabendo a cor vermelha e o brilho lustroso que obterá para cada curva de queima de temperatura.
Posiciona os recipientes sobre a bancada, aplica a cor de base e tudo se perde, tudo se amplia. Adiciona outros pigmentos aos líquidos, resgata potinhos e esmaltes não queimados, testados para outras temperaturas e se atira. Arrepio, medo e gozo mas não loucura, sabe exatamente onde vai chegar, no meio de um espaço líquido, oceânico.
Que se fodam os portos seguros.